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Ello chegou. E tem um alvo: o Facebook

Rafael Rez

Autor do bestseller "Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI". Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor de Pós e MBA em diversas instituições de ponta: HSM, FGV, Insper, ESALQ/USP. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

Como uma das maiores redes sociais, o Facebook é quase onipresente e por isso é também a rede que as pessoas amam odiar. Reclamar dos memes, em tempos de eleição, reclamar de política, e além disso, reclamar da timeline, da falta de privacidade, falta de uma política clara de denúncias e censura a páginas de ódio, que a publicidade é cada vez mais intrusiva, e recentemente, sobre a política de colocar os nomes dos RGs, ferindo a comunidade LGBT e outras ações desse tipo que mostram que o Facebook não é uma rede cheia de boa vontade.

Concorrentes são inevitáveis. My Space tentou, mas não conseguiu. E agora há uma nova rede fazendo barulho pela web, o Ello.

Você deve ter visto alguém divulgar o link no melhor estilo “se cuide Facebook, o Ello está vindo”.

Essa nova rede tem apenas 2 meses de idade agora, é uma rede social startup fundada pelo empresário Paul Budnitz e promete, em seu manifesto, ser diferente.

Sua rede social é dos anunciantes.

Cada post que você compartilha, cada amigo que você faz, e cada link que você segue é monitorado, registrado e convertido em dados. Os anunciantes compram seus dados para que eles possam mostrar-lhe mais anúncios. Você é o produto que é comprado e vendido.

Nós acreditamos que há uma maneira melhor. Acreditamos na ousadia. Acreditamos na beleza, simplicidade e transparência. Acreditamos em parceria.

Acreditamos que uma rede social pode ser uma ferramenta para o empoderamento. Não é uma ferramenta para enganar, coagir e manipular – mas um lugar para se conectar, criar e celebrar a vida.

Você não é um produto.”

Isso significa que promete uma rede livre de publicidade e do tipo anti-Facebook. Só por esse posicionamento ganhou milhares de interessados. Não precisa de nome real para configurar conta de usuário (alô comunidade LGBT) e não promete vender você, nem para você.

Pode ser que seja real, mas no momento parece mais conceitual do que possível.

Isso porque não parece possível que uma rede se sustente somente com dinheiro de investidores. Facebook e Twitter já tiveram anos sem publicidade, mas para gerar receita dentro dessa enorme máquina 24 horas em execução é preciso monetizar de alguma forma. E um plano de assinatura que promete oferecer recursos especiais não parece garantir isso.

Existe ainda a falta de atenção total  para a questão da privacidade. Não há nenhuma maneira de controlar quem vê o quê em Ello.  Depois de criar um post, qualquer pessoa pode vê-lo, sejam eles são seus amigos ou estranhos. Configurações de privacidade do Facebook são confusas, com certeza, mas pelo menos tecnicamente, existem.

Ello está em beta, mas nem todo mundo pode ter uma conta. É preciso ser convidado por alguém ou solicitar a entrada e entrar na fila de espera. Segundo a rede, são mais de 50 mil pedidos por hora e eles estão inserindo usuários lentamente para não bloquear seus servidores.

Ello ainda não é mobile, ou seja, não dá para instalar um app no smartphone e sair por aí.

Por tudo isso e porque seus amigos ainda não estão lá, parece que Ello não é tão interessante ainda. No entanto, marcas como  Newsweek,  The Wall Street Journal , CNET,  Adweek , The Guardian, The Independent , já solicitaram seus perfis.

Será que Ello é um concorrente digno para a rede social de Mark Zuckerberg? Talvez, mas vai ter que descobrir como manter os holofotes acesos e mostrar porque é mais legal do que as outras redes já existentes.

Com informações da CBS News

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