Os jornalistas, em geral, sempre gozaram de uma aura de imunidade e imparcialidade (irreal) que a nobreza de porta-vozes da verdade trazia, porém sem o salário da realeza.
Com o papel de transmitir os fatos para a população, o legítimo papel da comunicação, o jornalismo cresceu intenso em todos os canais possíveis, coexistindo com rádios, revistas, jornais, televisão e mais tarde, a internet.
Com a revolução digital, cada vez mais o jornalismo perdeu o status de detentor da verdade e a ideia de que editores são juízes do que as pessoas podem ler (alguém aí lembrou da teoria do gatekeeper?). As mídias sociais bagunçaram de vez essa ideia.
E enquanto isso, temos assistido a cada vez mais notícias de jornalistas demitidos, redações enxugadas, publicações que não se sustentam, sem que se crie de fato um modelo rentável e lucrativo para a publicidade na internet.
Não, pera.
Já existem modelos lucrativos para a internet. Mas, ainda não tem sido o suficiente para os jornais, que mantém o modelo de negócio centralizado e baseado no mesmo tipo de publicidade off-line. E muito menos para garantir solidez às carreiras de jornalistas.
Mas, ao mesmo tempo que todo esse cenário crítico significa o fim de uma era charmosa do jornalismo, significa também uma nova oportunidade de trabalho em novos tempos do consumo de informação.
Informação de qualidade é só informação de qualidade
Informação sempre será consumida e está sendo mais do que nunca. Como então, o conhecimento do profissional de jornalismo sobre produção de boas matérias (conteúdo!), com informação de verdade, com bons títulos e boas histórias, pode ser a chave de uma carreira para jornalistas, prestando bons serviços às pessoas, ao mesmo tempo que eleva a qualidade do marketing como um todo?
Marketing de Conteúdo
Ninguém melhor do que o jornalista para oferecer informação de verdade aliada a linguagem impecável e um jeito de escrever com tom de voz que considera canal e público. Não somente o jornalista pode fazer isso, obviamente, mas o fato de já saber pesquisar, buscar informações e ter certa experiência em produção de conteúdo o coloca um passo à frente.
O bom jornalista sempre sabe contar uma história. São também indispensáveis as características de apuração e pesquisa, uma vez que o conteúdo a ser compartilhado precisa ter qualidade.
O conhecimento de como trabalhar com diferentes públicos pode ser o grande diferencial.
Com todas essas habilidades, aprender sobre marketing e ajudar no trabalho de oferecer conteúdo – de qualidade e não manipulador ou mentiroso – é legítimo para criar vínculo e gerar autoridade para o público de uma marca que deseja compartilhar conhecimento.
Marketing de Conteúdo não é mais uma tendência, é uma realidade nas empresas que mais investem em marketing, em tempos em que qualquer um produz conteúdo e só conteúdo de qualidade é capaz de agregar valor.
Não é notícia, mas é informação
No fim das contas, é entregar conteúdo de qualidade para o público, da mesma forma. Há muitos jornalistas de formação – e pessoas de outras áreas da comunicação também – que hoje trabalham na vanguarda de marketing de conteúdo.
Porém, não basta o famoso “escrever bem”. É preciso que o profissional esteja preparado para o universo do marketing, conhecendo SEO, formatos, canais, como montar uma estratégia de conteúdo para uma empresa, planejamento de calendário editorial e conhecimentos de marketing digital. Integrando todas essas técnicas, o profissional tem muito a oferecer ao mercado.