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O mercado de marketing no ambiente digital

Rafael Rez

Autor do bestseller "Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI". Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor de Pós e MBA em diversas instituições de ponta: HSM, FGV, Insper, ESALQ/USP. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

A internet comercial chegou ao alcance das pessoas comuns em 1995. Até 1999 a internet era acessada por menos de 2% da população brasileira. Foi só entre 2009 e 2011, com a ascensão das Redes Sociais, principalmente do Facebook, que o mercado publicitário começou a olhar seriamente para a internet como um Canal de Marketing. Porém, e infelizmente, viram a internet como apenas mais um Canal de Mídia.

As agências publicitárias no Brasil, em sua imensa maioria, ficaram viciadas no modelo do BV de mídia, os tais 20% de comissão sobre qualquer veiculação publicitária. Este modelo criou poucas agências gigantes, que só se tornaram gigantes atendendo contas de grandes empresas, com seus orçamentos publicitários milionários.

A maioria das agências são pequenas, atendem clientes pequenos, com verbas de mídia pequenas, e penam para sobreviver. Algumas outras centenas são agências de médio porte, com um ou outro cliente maior, e vários clientes pequenos.

Neste cenário, aprender sobre as imensas possibilidades dos meios digitais (comumente reduzidos sob o termo “internet”, da forma como menciono aqui também), não era atraente visto que os volumes comercializados em geral são menores do que aqueles do mundo offline. Tanto os clientes não entendem como os meios digitais geram negócios, como as agências não se dão o trabalho de aprender.

Nunca me esqueço de um caso clássico daqui de Campinas, minha cidade. Uma agência tradicional (offline) foi encarregada do desenvolvimento e lançamento de um portal para uma Rede de Imobiliárias. Com R$ 400 mil de verba, gastaram no site menos de R$ 20 mil. Na campanha de Lançamento, foram gastos os R$ 300 e tantos mil restantes em: páginas duplas no jornal da cidade, outdoors, mídia em rádio e revistas locais. Em 15 dias a campanha acabou, sem levar nem 10.000 pessoas a acessarem o site.

Já se vão mais de 5 anos e o tal portal continua relegado ao ostracismo. Os donos das imobiliárias associadas (são 20 neste grupo) não se conformam de investir R$ 20 mil mensais para gerar tráfego para o portal e leads para as imobiliárias. Ficam batendo cabeça e reclamando dos “grandes portais”. Mas não se arrependeram em rasgar R$ 400 mil para fazer pouco barulho e não gerar nenhum negócio. Afinal os vizinhos elogiaram a campanha: “Te vi no jornal. Parabéns!” Ego cheio, bolso vazio.

A agência? Levou seus R$ 80 mil de BV. Quebrou um ano depois. Mas isso é o de menos.

A auto proclamada “maior agência da cidade” já tentou 5 vezes criar sua equipe de mídias digitais. Em pleno 2016, continuam vendendo métricas de vaidade ao invés de gerar negócios para os clientes.

A internet gerou profundos impactos no marketing. O comportamento do consumidor mudou. A pesquisa de mercado está mudando. O mix de marketing está mudando. O relacionamento com o cliente mudou. A forma de pensar publicidade está mudando, mas como humanos, somos apegados ao passado e resistentes à mudança.

Todo dia algum aluno, algum mentorado, algum cliente ou algum consultor me perguntam se dá para ganhar dinheiro com internet. Sim meus queridos! Aproveitem que as cabeças velhas ainda não abandonaram o século 20 e criem negócios de valor.

O futuro é digital, para desespero de quem não sabe se adaptar aos novos tempos!

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