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Resumo de um dos melhores eventos do mundo: SXSW

Rafael Rez

Autor do bestseller "Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI". Possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fundador da consultoria de marketing digital Web Estratégica. Além de Empreendedor e Consultor, é Professor de Pós e MBA em diversas instituições de ponta: HSM, FGV, Insper, ESALQ/USP. Em 2016 fundou a Nova Escola de Marketing.

O SXSW (South by Southwest, um trocadilho com “North of Northwest”, de Hitchcock) é um festival de Austin, nos EUA, que rolou na última semana. O evento tem shows, palestras, festas, mostra de produtos, tecnologia, etc. É  um festival que envolve cultura, cinema, música e internet e muitas discussões sobre diversos temas da atualidade.

São mais de 800 palestras em 14 locais diferentes, ocorrendo simultaneamente durante 5 dias, atraindo milhares de pessoas.

O evento discutiu assuntos de marketing, empreendedorismo e tecnologia que interessam a todos que trabalham com marketing digital. Teve palestra sobre a geração Y (conhecida como Millennials), tendências do mundo digital, conteúdo, cases, produtos de tecnologia, internet das coisas, novas formas de interagir com o mercado, etc. Para se ter uma ideia de como o festival movimenta statups, empresas de tecnologia e empreendedores, foi aqui que alguns dos aplicativos famosos de hoje começaram, como o Twitter e Foursquare.

O formato do SXSW é como os grandes eventos americanos de palestrantes: não tem parada para refeições ou almoço, as palestras vão acontecendo nos espaços e você decide de qual quer participar.

Essencialmente, a maioria das palestras do evento falou em oferecer valor para as pessoas através das marcas, uma política/estratégia/tendência que tem tudo a ver com os novos tempos do mercado e do marketing. Isso significa que o foco imediato não são as conversões ou o preço, mas como construir marcas baseadas em novos modelos de negócio, na criação de relacionamento com consumidores e entrega de valor.

Muito se falou em entregar serviços, conteúdos e outras utilidades – no melhor estilo Youtility, de Jay Bayer – onde as empresas precisam do público para existir e as formas tradicionais de propaganda fazem pouco sentido e emergem conceitos croud, como cooperação, colaboração, etc. É o que nos corredores do evento foi chamado de “The Sharing Economy 2.0”.

Propaganda tradicional só vai funcionar para as grandes marcas que já são conhecidas e investem bilhões todos os anos para colocar seus vídeos na televisão. O resto das marcas vai ter que mostrar porque é vantajoso o consumidor comprar dela. E essa guerra não vai ficar no preço.

Esse conceito pairando pelo evento e sendo repetido por empreendedores e empresários mostra que marketing de conteúdo não é mais uma tendência.

Outros tópicos abordados no evento foram:

–  Scott Havens, presidente da The Atlantic, falando sobre jornalismo e as mudanças provocadas pela internet. Sua empresa começou como uma revista há mais de 100 anos atrás e se adaptou ao meio digital com uma plataforma de conteúdo. Ele deu uma palestra falando sobre jornalismo e negócios e como o jornalismo deveria se adaptar o meio, com conteúdo relevante que trará engajamento dos seus consumidores. O interesse dos consumidores deve atrair interesse do mercado, fornecendo receita para investir em conteúdo novamente. É o exemplo de uma empresa que conseguiu se fazer rentável em tempos digitais.

– O músico Neil Young, de 70 anos não deixou que a rivalidade entre meios digitais e analógicos comprometesse sua paixão pela música.Young apresentou a plataforma PONO, de música digital. Segundo ele, a plataforma promete elevar a qualidade dos sons digitais como nunca se viu, o que faria o som de um mp3 parecer uma “banda tocando debaixo da água”.

– Edward Snowden apareceu em um telão falando ao vivo sobre privacidade na internet, a necessidade dos profissionais de tecnologia trabalharem nesse sentido e usarem encriptação. “Hardwares encriptados [como um celular, por exemplo] deixa você muito, muito mais seguro. A NSA ainda pode te pegar, mas a vigilância em massa diminui”, diz, acrescentando que “se o governo realmente quiser entrar no seu computador, ele vai dar um jeito. “Encriptação funciona, é a nossa defesa contra as magias negras do reino digital,”, insiste. “A maior prova disso é que os Estados Unidos tem uma equipe enorme tentando descobrir onde eu estou e eles não conseguem”, disparou.

– O fundador da TOMS, Blake Mycoskie mostrou algo espetacular que sua empresa vem fazendo. A marca tem o tema “um para um”, para uma linha de sapatos e óculos, em que cada par de sapato vendido, outro par é doado para famílias carentes. Blake anunciou que a empresa vai lançar uma linha de cafés especiais e para cada saco de café vendido, a marca entregará uma semana de água potável em regiões do mundo com problema de falta de água. Como não amar?

Algumas frases:

“Eu não investiria em nada que tem paredes e prédios. É roubada total. Eu vejo essas faculdades montando salas e mais salas de aulas, para depois aumentarem os seus preços ao invés de usar e-learning ou qualquer coisa do gênero.” Mark Cuban

“Imagine se por apenas um ano nós substituíssemos a palavra ‘acredite’ pela palavra ‘questione’, o mundo seria totalmente diferente e melhor.” Neil deGrasse Tyson

“Abrir Lojas físicas faz parte do nosso negócio de e-commerce.” Sofia Amoruso 

“O balanço de poder agora é entre os que observam e os que são observados.” Julian Assange

“A mídia social não muda a sua cultura, a revela.” Sandy Carter

“Enquanto nós não estamos mostrando o valor real desse esforço na linguagem e os termos do negócio, nós somos apenas adolescentes gurus de mídias sociais gerando likes no Facebook”.  Andrew Bowins

O Ricardo Jordão cobriu o evento e fez um especial em seu site sobre as invenções de startups que prometem movimentar o mercado com novidades, vale a pena conferir.

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