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O podcast voltou! E com tudo!

Felipe Morais

Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Somos Educação) e Transformação Digital. Como a inovação digital põe ajudar seus negócios nos próximos anos (Ed. Somos Educação). Professor da ESPM, Universidade Metodista SP, Senac, Faculdade Belas Artes e USP. Sócio-Diretor da FM CONSULTORIA, membro do comitê de marketing da Planet Girls e Adriana Restum Store.

Podcasts não são algo dos dias de hoje. Ele lá tiveram seu momento há alguns anos, porém com um outro formato, que para a época, fazia todo o sentido ser daquele jeito. Era apenas áudio que você poderia ouvir quando quisesse em qualquer player de MP3, daquele que você comprava por R$ 99,00 no centro de São Paulo até os modernos iPods, objeto de desejo de muita gente naquele período, mas que hoje, virou item de nostalgia.

Com o crescimento dos smartphones e dos planos de celulares com muitos gigas de acesso à internet, assistir vídeos ficou muito mais fácil, o PodCast – como ele era – perdeu sua força, se tornou algo obsoleto e quase morreu. O vídeo era mais divertido e mais próximo das pessoas, não à toa, os influenciadores ganharam tanto destaque naquela época, algo que cresce ano após ano.

Nos Estados Unidos, a febre voltou alguns anos. Meu amigo André Muniz fala desde 2018 como alguns americanos chegam a ganhar milhões de dólares por ano fazendo Podcasts, as vezes, das suas casas mesmo ou de pequenos estúdios próprios para isso.

Os equipamentos, antes caros e de pouco acesso, podem hoje ser comprado em qualquer loja virtual do país, tanto lá como cá! Não é preciso ser um expert em tecnologia, basta ver o que os programas de maior sucesso usam para buscar similar, alguns deles são patrocinados por marcas o que facilita ainda mais.

A evolução

Não sei ao certo qual Podcast deu início a essa febre, mas sem dúvida o Flow e Podpah estão entre os melhores e percursores. O Ticaracaticast, para mim, o melhor veio na onda e consolidou! Tem o +1PodCast da Rádio Jovem Pan, o Vênus e Hermanas que contam com mulheres para debater sobre tudo.

Tem muitos Podcasts de qualidade hoje, o que abriu espaço para um mercado de “cortes” de Podcast o que ajuda a aumentar a audiência, os cortes são uma excelente estratégia para despertar a curiosidade das pessoas assistirem ao material completo, que normalmente foram entre 1:30 a 2:30.

deo: de vilão a parceiro

Lembra que disse que o vídeo quase matou o Podcast? Pois bem, foi ele quem ressuscitou o mesmo! Quando os Podcasts saíram apenas do áudio, para ser em video. começaram a ser ao vivo, trouxeram o conceito do bate papo para o centro e ainda se beneficiaram das Redes Sociais e dos cortes para ser um sucesso, pronto, a coisa ficou séria!

Um dos maiores programas da história do rádio, o Pânico, que está a décadas no ar com altíssima audiência, já era nos moldes do PodCast desde o começo dos anos 2000 e serviu de inspiração para muitos projetos de hoje.

O que a evolução traz?

Essa evolução pode ser excelente para quem faz o Podcast. Estamos no momento de crescimento desse mercado, entretanto, como todos os mercados uma hora isso vai saturar e apenas os melhores ficarão.

Daqui a pouco surgiram os segmentados, uma tendência a ser respeitada. Estúdios de PodCast estão surgindo aos montes, pois a demanda está alta. Todos querem o sucesso do Flow ou Podpah!

Comediantes estão se lançando, com sucesso, nesse segmento como é o caso do Inteligência Ilimitada do Vilella e do Papagaio Falante do imortal Sérgio Mallandro, esse com seu ieié e Glu-glu está sempre se reinventando!

Mas quem ouve?

A introdução acima foi para colocar todos no mesmo barco. Recebi uma pesquisa chamada “Global do Culture Next do Spotify” que mostra dados e tendências interessantes sobre esse mercado.

E olha como esse mercado é doido. Spotify é a maior plataforma de música do mundo, as pessoas estão ali para curtir playlists das suas bandas; YouTube é a maior plataforma de vídeos do mundo, as pessoas consomem entretenimento.

Na teoria, plataformas que não concorrem entre si, mas na prática, o PodCast as transformou em concorrentes, uma vez que se pode ouvir – ou ver/ouvir – esses PodCasts em ambas. Mas onde ver? Eu, por exemplo, prefiro YouTube. E você?

Segundo o relatório “nossa pesquisa revelou que a Geração Z ainda está em busca de interações e significados, em relação a si mesma e ao mundo ao seu redor, que está passando por várias mudanças. Sem aulas nem interações presenciais com os amigos, eles relataram mais sentimentos de solidão durante a pandemia. A música e os podcasts ajudaram: 66% dos membros da Geração Z disseram que o áudio os ajudou a se sentirem menos sozinhos no ano passado”.

Ainda enfrentamos uma grave pandemia que sem dúvida mudou o mundo. Não existe isso de “novo normal” mas sim de novos comportamentos. O mercado do PodCast explodiu graças a essa tragédia pois as pessoas ficaram muito mais em casa e a Internet era a arma contra a solidão.

Por que do consumo de áudio?

A pandemia, como acima dito, ajudou o mercado dos PodCasts. As gerações como Y (Millennials) nascidos entre 1980 e 2010 e Z, nascidos a partir de 2010, já nasceram com a internet. Enquanto a geração X, nascida em 1960 cresceu foi descobrir quase adultos os benefícios da rede. A geração Y, tem alguns representantes que nasceram no período pré-internet, já a Z, nasceu em um período em que a Internet já era uma realidade para quase 100 milhões de brasileiros.

À medida que o impacto do conteúdo digital em nosso bem-estar fica cada vez mais claro, os Millennials e a Geração Z estão caminhando em direção a um consumo de mídia mais satisfatório e equilibrado. Para os Millennials, isso significa buscar conforto em sons nostálgicos. Por sua vez, a Geração Z tenta compensar com os áudios suas vidas saturadas pelo digital. Tanto os Millennials como a Geração Z estão à procura da combinação perfeita de conteúdos que enriqueçam suas vidas, seja mergulhando de cabeça em um podcast sobre crimes reais, divertindo-se com playlists de música pop ou relaxando com som ambiente. 91% da geração Y e 71% da geração Z usaram os PodCasts para reduzir o stress”.

Esse dado da pesquisa, mostra que a pandemia ajudou no crescimento, mas quando nos livrarmos dela, esse comportamento não será esquecido. Para uma efeito de comparação, o Ticaracaticast, dos humoristas Carioca e Bola, ambos ex-Pânico, pulou de 0 para 500 mil seguidores no YouTube em aproximadamente 30 dias.

A vida na era digital

A Internet faz parte da vida das pessoas, de uma forma, que se ela acaba, não se sabe o que fazer. Somos um dos países que mais acessam a internet no mundo, estamos entre os 5 países com maior número de acessos as principais plataformas, como Google, Facebook, Linkedin, TikTok, Instagram, Twitter e WhatsApp, por isso, as vezes os universos online e offline se misturam.

Uma pesquisa de 2017, da Editora Abril, chamado “O X da Questão” mostra que a geração Y, não busca conhecimento, pois para ela, a informação está disponível na Internet, entretanto, a geração X entende que informação não é conhecimento. Essa dualidade entre on e off, já não mais existe na mente das novas gerações, ainda mais as Y e Z.

Vale lembrar que são gerações que movimentam bilhões de reais todos os dias no mundo. Há pessoas da geração Y com 40 anos, assim como há pessoas da geração Z com 20. A geração Y tem maior poder de consumo, mas em breve, a Z terá o mesmo, entretanto, uma coisa une as duas gerações: a eterna busca pela experiência.

Segundo o relatório, “68% da Geração Y e Geração Z do mundo todo participaram de uma experiência virtual em 2020. Os millennials do Brasil são muito mais propensos do que a Geração Z a dizer que querem continuar assistindo a shows virtuais após o fim da pandemia, pois são mais baratos e práticos do que as experiências da vida real”. Além da experiência, essas gerações são mais conscientes com relação a compras, estão mais preocupadas com propósito do que produto, mais preocupadas com o que as marcas fazem pela sociedade do que o preço, querem produtos mais sustentáveis e ligam menos para marcas do que as gerações anteriores como a X e Baby Bommers.

Em resumo

O consumo de PodCast no Brasil está longe de atingir no auge nos próximos anos. A pesquisa mostra que 67% dos millennials e da Geração Z ouvem podcasts semanalmente via YouTube ou Spotify, ou seja, temos como profissionais de marketing, um novo canal de relacionamento, branded content e mídia, mas que fique claro, não apenas mídia.

Não descarte investir em propaganda nesses canais e muito menos ter um da sua marca, assim como você tem um site, perfis nas Redes Sociais, Blog, ações de email marketing e canal no YouTube com a missão de disseminar conteúdo e propagar a mensagem da sua marca, o PodCast ganha um papel com a mesma importância, mas como disse, muitos surgirão e poucos vão se manter. Depende da sua estratégia, energia e conteúdo relevante e único para canal, que não seja apenas mais um canal de mídia, como as Redes Sociais, na sua maioria, se tornaram.

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